domingo, 12 de dezembro de 2010
Desespero.
Desespero! É essa a palavra que define esse momento.
Meu coração nunca gritou como agora, meus sentimentos nunca foram tão verdadeiros e tão fortes, meu rosto talvez não soubesse que poderia ser literalmente sincero como hoje e meu corpo tão vazio ao procurar um toque, um afago, algo que pudesse preencher-me.
Desesperar-me em olhar ao redor e não poder tocar, em sentir e não ser sentida, em ser e saber que não exista o outro para completar. Desesperar-me no meio de uma multidão que não me significa nada, em meio a tantas pessoas que me sorriem e eu não consigo achá-las sinceras e bonitas. Desesperar-me em perceber que nada mais é em cores, meu caminho ficou preto e branco, mais preto do que branco, mais triste, mais inconstante, mais cheio de medo, mais sem esperança e a cada passo, mais sem vida e sem amor.
Desespero-me quando lembro de cada passo que dei para chegar aqui, de cada palavra que te entreguei, de cada ato de amor e sinceridade, de cada olhar verdadeiro, de cada vontade que tive e não deixei passar, de cada medo que senti e não me deixei abalar, de cada obstáculo que encontrei e o fiz força para seguir.
Desespero me dá em pensar que tudo foi amor, que tudo foram flores, que tudo era lírio, que tudo era TUDO e o nada ficou!
Desespero me dá em saber que tudo foi nada, que era vazio e não ecoava, que era o contrário e enganava, que era mentira fazendo-se verdade.
Desespero me dá do desespero que hoje sinto. Dessa vontade louca de não sentir, de não ver e poder não acreditar. Uma dor tão grande que desestrutura um amor tão louco que cega e uma verdade tão intensa que humilha.
Desespero me dá em não poder fazer nada, em mostrar o caminho e o ver caminhando para trás, de responder e ficar sem resposta, de amar e não ser amada.
Desespero eu sinto. Desespero eu vou sentir. E desesperadamente eu imploro: Me tira daqui!
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