sábado, 6 de março de 2010

Agora vejo, PERDÃO às vezes não é suficiente

Sai em uma noite mais clara que o dia. As horas tinham mais do que sessenta minutos e cada minuto parecia durar horas. Eu SABIA o que faria, tinha CONSCIÊNCIA dos meus atos. Mas até aquele momento não me importava onde tudo iria parar. Meu EGO era maior do que qualquer pensamento de responsabilidade e tendência. Eu QUERIA e apenas fui lá e FIZ. Era ARRISCADO? Sim era e arriscar para o momento era a solução. Ou não.
Andei por ruas que nunca imaginei andar, ouvi histórias que minha mente não seria capaz de produzir. Sonhei acordada por uma noite e pouco mais que meio dia. Meus olhos viam exatamente tudo como deveria ver, mas que mente e desejos burros eu tinha. Preferiam ficar cegos a concertar os erros e sofrer as conseqüências. Até este meio dia minha alma parecia flutuar, eu não cabia mais em mim. A magia a qual eu sonhava era realidade, uma realidade de olhos fechados doce e com uma luz que me doía os olhos quando abertos. E eu que sempre achei ser MADURA suficiente para ter as rédeas da situação, ali eu não era nada, eu NÃO tinha controle de nada, nem ao menos saber como agir eu sabia. Mas nada melhor do que esperar, tudo poderia ser coisa da minha cabeça, como sempre que adora pregar peças em mim, INOCENTE. Mas inocente era eu em pensar que poderia mudar. O dia se passou, o sol foi embora e com ele o brilho que criei em minha cabeça, um brilho que por tanto tempo foi tão forte que podia me iluminar até nas minhas maiores depressões. E aquele brilho que com amor eu cultivava foi indo, indo. Escorregava pelos meus dedos. Que impotência eu sentia ali, parada olhando tudo acontecer sem que atitude nenhuma eu tomasse.
A noite que tem um brilho especial mais APAGADA não poderia esta, nada mais era mágico e estonteante. Eu não queria nada mais daquilo, queria apenas voltar atrás e ter feito tudo melhor e em outro momento. Infelizmente nada disso seria possível. Em mim era o único lugar onde eu não estava. Longe de todo o meu mundo e minha consciência. Procurava seguir as minhas virtudes e convicções, mas o que seria isso naquele momento? Não passava apenas de sentimentos bobos prontos para explodirem e não viam como sair. As luzes foram ficando cada vez mais embaçadas, chegou um momento que quase poderia enxergar borrões. Parei, reparei e processei tudo. Processei? Tentei. Insisti em conversar, mas com quem? Quem estava ao meu redor nada sabia sobre mim ou apenas ignorar seria o mais fácil e normal. Retirei-me com todo meu ser, todo ele saiu, consciente ou não, isso, desculpe, não posso afirmar, mas saiu e sumiu. Prêmio coragem eu merecia, ou melhor, prêmio insanidade.
Diferente da madrugada anterior, tudo o que me ocorria era REVOLTA, tristeza, era um VAZIO que me consumia. Nunca tinha me sentido daquele jeito. Como sempre, procurei ver o lado bom de tudo. Mas que droga de ‘lado bom’ é esse. Só pode existir lado bom quando se é bom. E nada de bom eu estava fazendo, nem para mim nem para mais ninguém. O que eu estava fazendo ali, deitada, olhando pro teto querendo enxergar mais do que uma parede de concreto que era o meu limite e a minha angustia. Adormeci. Era tudo que eu precisava. Seria mesmo tudo o que eu precisava?
O barulho da chuva em vez de me acalma me irritava, os trovões era maiores e mais estridentes, o céu parecia querer desabar em minha cabeça. Ele não parecia. Ele desabou, e caiu para machucar. Doeu-me tanto. Era uma DOR maior do que todos os sentimentos que juntos a minha vida inteira eu havia sentindo. Exagerada? Não. Eu sentia o mundo cair e não poder fazer nada, eu queria fugir e meus pés se prenderam ao chão. As minhas limitações eram tantas que solução nenhuma consegui alcançar. O meu celular que ate então era o meu maior meio de refugio quando eu precisava de uma palavra amiga, um conselho, agora era o meu maior medo. Dele só me vinham palavras pesadas, palavras que corroíam o meu ser. Eram ruins. E persistiram ruins para que fossem em meu BEM. Um frio e um calor que se misturavam a cada minuto e eu não conseguia me controlar. Tudo o que queria naquela hora era um abraço, um conforto. Procurei tanto por isso em dois dias. Talvez não fossem os dias certos, talvez não fossem dias suficientes, talvez não fossem os dias. Minha cabeça fervia com todas as ligações e mensagens. Mas o meu EGO continuava palpitando errado. E mais uma vez acreditei que dormir era tudo mais que eu precisava. E dormir era o único subterfúgio que eu menos precisaria, no outro dia estariam todas as complicações em seus devidos lugares apenas me esperando para resolvê-las.
Amanhã o dia será longo. E foi mesmo, não passava nunca. Ouvi tantas coisas, precisei dizer tanta coisa, que já não conseguia processar nada. O que era certo ou errado. Tudo estava se fazendo como uma mistura inexplicável. E como luz, uma luz nada agradável, as palavras que chegaram a mim via email me despertaram. O que tinha feito eu em apenas dois dias? Como consegui provocar todos aqueles sentimentos ruins, em quem mais próximo estava e no mais longe. Eu que a vida toda fiz tudo pensado para não sair nada errado, nada que pudesse MAGOAR alguém. Consegui e da pior forma. Não vou nem gastar aqui linhas dizendo o quanto eu “os” magoei. Não caberia. Digo apenas que eu fiz e consegui ver o que fiz. Pedi perdão para todos que acredito que mereciam, mas agora sei que os perdões aqui não são suficientes. Era preciso que eu tivesse consciência de tudo o que eu havia feito e me resta apenas consertar. Um caminho tortuoso e difícil, mas recompensador, para mim e para todos ao meu redor. COFIANÇA é tudo o que buscarei.
Desabafo hoje depois de conseguir olhar tudo de outro ângulo. E SINCERAMENTE não me arrependo de nada, absolutamente nada. Resta-me apesar continuar e fazer ser diferente.

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