sábado, 2 de junho de 2012

Assim eu amo...

Eu amo você. Mas não queria dizer assim, em palavras tão surradas por pessoas que na maioria das vezes as distribuem sem ao menos saber a real importância de tais. O simples sorriso da manhã, o olhar totalmente seguro, a respiração pesada de amor, o toque da pela alva, a nobreza do ser. São nessas particularidades que eu amo você.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Tripé.

Meu sorriso se fez sincero e sem vergonha. Meu abraço aconchegante e caloroso, do mesmo modo sincero. Os olhares são simplesmente as respostas para o mundo. Até mesmo o paladar se tornou único, com ressalvas é claro. Dizem os grandes escritores que a amizade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento, duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor. Sabemos bem como é isso. Basta ver nossa felicidade junta e compartilhada. Outro tem certeza de que a verdadeira amizade é aquela que nos permite falar, ao amigo, de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades. Completo dizendo que acabamos sendo donos do tempo, pois só ele para nos permitir tamanho falatório. Alguns me acham egoísta, mas a amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas. Cultivo-as ao meu modo. Sorrindo, abraçando e compartilhando olhares. A amizade é o conforto indescritível de nos sentirmos seguros com uma pessoa, sem ser preciso pesar o que se pensa, nem medir o que se diz. Por isso os chamo de meus porto-seguro. A amizade é, acima de tudo, certeza. É isso que a distingue do amor. Certeza, tenho amigos que são irmãos, que são tripé. Ouse tirar um apenas e veja o resultado. Ou melhor, não queira ver.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

A história de um amor.

Impregnou o cheiro no quarto, na roupa, no corpo. As flores sorriam, exalaram encanto. Murcharam. Sem sua raiz elas não poderiam viver. Foi o que conseguiu até seu ultimo suspirar.
Amarelada ficou. Sem brilho, sem valor. O cheiro já não era o mesmo. Penetravam as narinas e ardiam. Os olhos embebecidos transbordaram. O calor a fez murchar, amarelar.
Foram dias e noites, poucas. O suficiente para provar a sua força de querer sobreviver. Sem sua raiz, era impossível querer sorrir. Novamente.
Caiu ao chão. Despetalou, amarelou e murchou. Morreu. Ressuscitar é milagre, para poucos. Não para ela.

Sufocada

Sufocada.
A melhor definição para meu estado de espirito. Só gostaria de gritar aos ventos que rondam seu coração: as palavras são sinceras, os sentimentos me transbordam. Mas será que queres me ouvir? Minha sinceridade é suficiente para você?
Corro todos os dias atrás da sinceridade que possa ser completa, que possa mostrar a verdade do jeito que queria ver. É tão difícil. É tão complicado. É tão seu. E quero ser tão sua.
Distorcer as palavras é sua brincadeira preferida. Quereres entendê-la se tornou meu passatempo. Quero passar o tempo, quero deixar o tempo passar. Ele insiste em parar, e bem pertinho a você. Fica ali estagnado, como uma estátua, que me olha implorando socorro. De repente ele pulsa. Me confunde, me alegra. Um mix de sentimentos, que me enlouquecem.
Pra onde eu vou?

sábado, 10 de março de 2012

A caixa

Como posso acreditar em você, se nem mesmo acreditas em ti?
Fui lá ao mais fundo do meu ser e tirei tudo o que guardei a vida inteira. Meus sentimentos. Os tirei de lá, pois eram o que de mais sincero existia em mim. Entreguei-te dentre de uma caixa, feito um presente. Talvez o fosse mesmo. Dei para guarda-lo e usá-lo da forma que mais lhe agradar. Você o recebeu, segurou com todo cuidado. Por um instante hesitou em devolver-me. Mas o agarrou mais forte, observou, e tomou para si. Por algumas vezes olhou por uma pequena fresta, e ali conseguia perceber um feixe de luz, que por horas te fazia pensar e questionar. Um feixe, era só isso que se permitia ver.
Será que não conseguia enxergar mais do que aquele filete? Seria medo? Medo de que?
Por dias ficou olhando para aquela caixa. Cada dia que se passava uma angustia maior crescia dentro de ti. O que fazer com aquela, pequena, singela e tão amedrontadora caixa?
“Por que arriscar, se me sinto forte e seguro aqui?”
Mais alguns dias se passaram e então a decisão. Devolver-me foi seu passo trêmulo. Chegou, olhou em meus olhos, em minhas mãos colocou a caixa e sem muito hesitar foi embora.
Recebi. Afinal, o que mais poderia eu fazer? De dentro dela retirei tudo o que com sinceridade havia lhe dado.
Era mais. Muito mais. Eu conseguia perceber de tudo. Amor, raiva, amizade, sinceridade, angustia, solidão, sensatez, orgulho, felicidade. Mas nada disso estava ali antes com tamanha proporção. Por apenas aquele feixe a caixinha foi alimentada. Era inacreditável como tudo havia mudado, como a percepção da realidade agora era outra.
Uma visão distorcida? Talvez, quem sabe. Gostaria de saber. Apenas se me fosse permitido.
O que fazer com tudo aquilo? Eu não sabia. Por instinto devolvi tudo para caixa. Guardei como todo cuidado. Seria minha ultima chance em poder perceber todas aquelas maravilhas? Antes mesmo de perder qualquer pedacinho que fosse, passei uma fita e dei um laço. Coloquei-a onde eu pudesse olhar a todo instante. Vigiar.
Tudo que nesse momento me resta, é zelar por sua intensidade.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Melhor, sempre melhor



Pensava que já sabia tudo sobre relacionamentos, conquista e até mesmo sobre o amor. Na realidade eu sei. Sei o suficiente que não sei tanto como imaginava.
Imaginei que relacionamento era fazer tudo pelo outro, era se entregar por inteira, romper barreiras. Tinha certeza que a conquista estava na parte do “dar”, sabe mostrar até onde você poderia ser “linda”, romântica e amável, como poderia ser sincera. O amor era realmente amar e mostrar isso a todo o momento.
Eu ainda acredito em tudo isso, creio que seja assim mesmo. Mas sem urgências. Isso mesmo. A vida anda tão tecnológica, corrida e superficial, insossa que esquecemos do essencial, das coisas simples. Esquecemo-nos de viver um dia por vez. De amarmos com cuidado, com dedicação. Não é preciso se afogar em um rio de amorosidades. Um sorriso, um abraço, uma palavra, ou só um olhar, com sinceridade uma vez apenas basta.
Sabe o que realmente precisamos?! De olhar para o lado e perceber que temos alguém ali, bem pertinho. Seja lá qual for o momento, precisamos de comprometimento.
Amar é sim se entregar por inteiro, mas é também estar inteiro, firme com suas palavras e atos. Amar é poder ser insuportavelmente legal e chata e isso ser compreensível.
Permita ser você mesma e deixe o outro ser livre. O relacionamento conquistado só poderá se tornar amor.
Uma sensação avassaladora de calmaria.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Verdade mentirosa



Viver a mentira quase se tornou a verdade. Por anos foi assim. Enganos. Erros. Um atrás do outro. Mais alguns instantes a mentira penetrava pela pele e se fixava como mancha. Dessas que aparecem com o sol. Mas essa mancha seria invisível. Arderia e pulsaria. Pelo simples fato de ter se tornado verdade.
Como se desfaz uma mentira? Contando a verdade? Mas como, se a mentira é a verdade? Não se pode contar a mesma mentira duas vezes. Ou pode? Não sei. Não quero saber. Uma mentira apenas basta para criar uma ferida grande.
Enfim a verdade foi dita. Fez-se alegre. Pulsou de amor. Foi sincero. Durou o período qu precisava durar. Passou. Não foi embora. Apenas se escondeu. No melhor lugar que poderia. Talvez ela não devesse ter aparecido. Talvez, viver na mentira fosse a minha verdade. Talvez, ela fosse menos dolorosa, com menos julgamentos e muito mais sorrisos. Mas isso é só talvez.
Sei apenas que resquícios de mentira percorrem dentro de mim. Eles doem. Me confundem. Posso até senti-los rasgando minhas entranhas, buscando respirar do lado de fora. Não quero que saiam. Verdades, são elas quem me perseguem. Talvez eu quisesse voltar na mentira. Talvez eu queira morar lá. Talvez. Morrerá talvez.