segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Todo carnaval tem seu fim!



Não consigo me lembrar de um momento em que as pessoas são tão ‘dadas’ e tão alegres quanto no período de carnaval. Hipocrisia? Não sei, não dá para julgar, mas é um caso a se refletir.
Época do melhor astral, de amor e alegria, nem sempre de paz, mas de todas as diversões. Todos os bichos são soltos, todas as feras atacam e todos os pais se atormentam. É literalmente o céu e o inferno. E isso vale para todos e para tudo. Neste céu todo mundo se ama e tudo é festa. E neste inferno se zomba e é zombado, mas a diferença é que agora é carnaval, tudo é brincadeira, “podemos fazer de tudo”. Ou pelo menos quase tudo, quando se ainda está sóbrio. E é justamente no inferno que a sobriedade some de vez. A sobriedade do ser e da vida. Ser sóbrio na noite não é tão fácil assim. As luzes são confusas, as pessoas são fáceis e o corpo parece esta livre, solto. É esta facilidade toda que confundi a mente, fazendo-se tudo que quer e que vem à cabeça. E quanta imaginação e coragem adquiriram.
É carnaval, tempo de amar e como magia todo mundo se ama, se abraça e beija. E como beija! O calor humano transborda e realça no rosto de cada um a vontade de querer ir mais do que já se foi. O beijar é ‘bom’ e ser beijado também e talvez a vulnerabilidade no meio daquela ‘muvuca’ sobeja e beija-se com paixão e vontade.

“O corpo ficou leve, o melhor sorriso se espalhou pela boca, era uma sensação de prazer contagiante. Os olhares se encontram, as palavras saíram com uma coerência que nunca haviam sido pronunciadas, e elas conseguiram convencer e serem convencidas. Não precisou de muitos termos. ‘Como você ficou bonito’. Suficiente se fez e a suntuosidade aconteceu. Os lábios ardentes se encaixaram e queimou, faiscou. Um corpo se envolvendo ao outro tornando se um só ser arrebatador.”

E de tanto beijar, encontra-se todos os sabores de beijos. Entre eles, existe o beijo ácido, que de cara não parece ser bom, mas agora isso não é tão importante. A acidez de muitos beijos é o doce da falsidade ou do querer parecer “bom”. É vontade de saciar uma necessidade do corpo e iludir o espírito. Beija-se parar ser um pouco mais íntimo, para não precisar proferir nenhuma palavra. E isso não é mau, o ato não é mau, apenas faz mal para alma, que iludida procura um doce em outros lábios, mas esse doce apenas se mistura ao ácido fazendo-o mais forte e mais intenso, desagradável, porém aceito.
E no meio toda essa ‘farra’, passam se horas, dias, pessoas e momentos. E o tempo às vezes para e conseguimos ver tudo e todos, mas aquilo na verdade não te faz sentir-se bem, não te dá sentido algum e você volta à realidade momentânea e doce. E aí, passa o carnaval. Que quando chega ao fim bate uma dor, um arrependimento? Não, talvez nem seja preciso, você foi até aquele momento o mais feliz, por que se arrepender da felicidade. Todo carnaval tem seu fim, e tem seu novo começo. Agora é apenas esperar e começar tudo outra vez.

Um comentário:

  1. uaaauu !
    que lindeza de texto !!
    nunca vi o carnaval desse jeito !
    é apenas mais um feriadão pra descansar ! hauhauhaua

    bjooooo

    ResponderExcluir